Ouvimos muito falar que o Brasil é autossuficiente em petróleo, mas o país precisa importar combustíveis. Nós preparamos esse artigo para explicar como funciona o setor.
Importações são indispensáveis ao progresso do Brasil – e isso inclui petróleo e combustíveis. Pensar que o Brasil precisa dessas importações pode ser confuso. Muitas vezes escutamos que o Brasil é “autossuficiente em petróleo”, ou que “o petróleo é nosso”.
Para explicar a importação de petróleo e de combustíveis no Brasil, preparamos esse artigo.
Acompanhe com a gente esse assunto importante na atualidade!
Entender nossa importação de petróleo demanda saber primeiro que existem dois tipos de “ouro negro”: o leve e o pesado.
O pesado é difícil de processar. Ele pode gerar muito combustível, mas a um custo alto demais.
O leve é mais fácil de refinar. Muito mais adequado para produzir combustíveis a custos menores e com menos esforço.
Toda a euforia sobre “autossuficiência em petróleo” vem do óleo pesado. O Brasil possui reservas abundantes desse recurso.
Ele produz algo como 2,6 milhões de barris por dia. Desses, 95% é de óleo pesado.
Até 2016, essa quantidade bastaria para cobrir todo o consumo doméstico. Isso permitia uma declaração oficial de que o Brasil é autossuficiente.
Em qualidade, a situação é bem mais complicada. Como dito, obter combustível a partir de óleo pesado é caro. Além disso, nossas refinarias são voltadas para óleo leve.
É mais vantagem exportar nosso óleo pesado e usá-lo para fins menos lucrativos, como asfaltar ruas. Da mesma forma, é melhor importar óleo leve, cuja produção nacional é de apenas 5%.
Tudo isso significa que sim, o Brasil precisa importar petróleo e combustível. Somos autossuficientes apenas em tese.
Na prática, o país precisa de óleo leve e de combustível importados. E precisa de muito: a maior parte do transporte brasileiro ocorre sobre rodas.
A produção e refino domésticos não seriam suficientes para atender toda essa demanda.
É preciso trazer do exterior.
Entender o fornecimento desse combustível demanda considerar o monopólio estatal sobre o setor. Ele é responsável por refinar e por extrair o petróleo.
Mais uma vez, o petróleo extraído não é o mesmo refinado . Para refinar petróleo e produzir combustível, esse monopólio necessita fortemente da importação de óleo fino.
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Somente na importação não existe monopólio estatal: empresas como Texaco e Esso também participam do processo.
Esse “alívio” é importante para manter o abastecimento de óleo leve e de combustíveis. O mesmo “alívio” ocorre na distribuição, na qual empresas como Shell e Exxon podem participar.
Uma situação que tem sido benéfica ao país.
Mesmo “autossuficiente”, o país tem recorrido cada vez mais a importações de combustível e de petróleo.
Elas foram beneficiadas em 2016 pelas mudanças na precificação da Petrobras, que passaram a incluir os preços internacionais.
A partir de 2023, houve uma inclusão significativa nos cálculos, abrangendo aspectos como as opções de abastecimento, o valor marginal da empresa de petróleo, o custo interno de produção dos combustíveis e o lucro ou prejuízo associado à venda desses produtos no mercado doméstico em oposição à exportação.
Adicionalmente, os cálculos agora incorporam os valores dos combustíveis fornecidos por refinarias privadas e importadores, bem como os preços dos produtos substitutos, como o etanol hidratado, no contexto da gasolina.
Isso estimulou a concorrência entre as distribuidoras, beneficiando o consumidor. Além disso,
permitiu um reajuste na gestão financeira da estatal.
Com as recentes movimentações no cenário político brasileiro, não há certeza se a estatal continuará a trabalhar da mesma forma.
Permanece apenas a certeza de que o Brasil é e será importador de petróleo e de combustíveis. Mesmo que mantenha o título oficial e teórico de “autossuficiente em petróleo”.
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